EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

aos vinte e poucos...

Ele resistiu o quanto pôde...

Estavam sozinhos na casa aquela tarde. Costumavam se reunir uma ou duas vezes por semana para conversar e assistir videos. Ela deitou-se ao seu lado na cama e juntos começaram a ler e ouvir música... Apesar dos vinte e poucos anos, ele ficava extremamente tenso toda vez em que ela estava muito próxima. Eram amigos demais; ela gostava de imaginar que eram comparsas.

Ele era divertido e tinha um "quê" de melancolia em seu olhar. Era muito tímido e um pouco pessimista, detalhe que a irritava às vezes, mas tinha uma mente brilhante.

Naquela tarde fria e chuvosa ela sugeriu que ele buscasse um cobertor para que eles se aquecessem. Ele, sem pestanejar, dirigiu-se ao armário do quarto e apanhou um cobertor imenso. Voltou para a cama e a cobriu, entrando também embaixo da coberta. Ela ria e fazia graça das reações dele, sempre tenso demais, cauteloso demais, educado demais.

Depois de uma breve discussão sobre o capítulo 7 do livro - teimosia era uma outra característica interessante do jovem - ela disse sentir fome. Levantaram-se e foram para a cozinha, onde ele a desafiou:
- Quero ver se vc sabe fazer um brigadeiro melhor que o meu, "flor do dia" - ele adorava chamá-la assim.
- Vai comer o melhor brigadeiro da sua vida, engraçadinho...

E ela começou, fazendo caras e bocas engraçadas, franzindo o cenho, como se estivesse entretida no meio de alguma experiência química que pudesse revolucionar a humanidade.
Ele observava quieto cada movimento, cada detalhe, até ela dar um pulo em sua direção e gritar: "Voilá!"
Ele assustou-se, pois estava imerso em pensamentos que nunca tivera antes.
Ela pegou a panela e duas colheres e o chamou de volta para o quarto.
- A cozinha está fria. Vamos voltar para as cobertas...
Ele a seguiu.

Enfiaram-se novamente na cama. Deram colheradas no chocolate ainda morno, e acabaram voltando à discussão sobre o capítulo 7.

Ela sujou o dedo na panela de chocolate e passou no canto da boca do rapaz.
- Ei! - olhou indignado para ela - Eu também sei fazer isso!
E revidou.
Olharam-se e silenciaram. Ela aproximou-se do rosto dele e passou a língua no canto de seus lábios, para limpar o chocolate que havia posto ali. Olharam-se novamente. Beijaram-se.
Ele tirou a panela das mãos dela, deixando o caminho livre para que pudessem ficar mais próximos. Bem próximos. Muito próximos.

Sem que os lábios se separassem, deitaram e as mãos dele acariciaram os cabelos da moça que tinha a respiração mais intensa e o pulso acelerado. Ela mordia levemente os lábios dele, fazendo com que ele suspirasse. As mãos começaram a descer pelo pescoço, ombros, seios, passando pela cintura e alcançando os quadris. Estava excitado demais e a puxava cada vez mais forte contra seu corpo. Ela entreabria a boca e soltava pequenos gemidos, com as duas línguas ainda enroscadas.

Ele começou a tirar-lhe a blusa, sempre com cautela, com certo receio de que talvez estivesse avançando o sinal. Ela acenou com a cabeça, consentindo. A pele dela estava quente. Ela passou as unhas por dentro da blusa dele, nas costas, deixando o rapaz arrepiado e mais excitado.

Ainda cuidadoso, tirou-lhe o soutien. Acariciou os seios brancos e desceu o rosto na direção do colo dela. Sem parar o que fazia, passou os dedos novamente na panela de chocolate que encontrava-se na mesinha ao lado da cama e passou nos seios da moça. Lambeu e abocanhou os mamilos como se quisesse tomá-los definitivamente para si. Ela soltava gemidos e enlaçava os dedos nos cabelos dele, apertando-lhe contra seu peito.

As mãos do rapaz começavam a acariciar as pernas dela, subindo pelo meio das coxas até alcançar a calcinha. Seus dedos puxaram o tecido e tocaram o sexo molhado e quente. Ele sentia que poderia explodir a qualquer instante, mas tentava se conter. Fez com que a calcinha deslizasse por suas pernas, deixando-a livre para para os carinhos dele. Ele estava adorando explorar-lhe o sexo com as mãos, sentia como se a possuísse inteira naquele instante.
Desceu mais e quis provar-lhe o meio das coxas com a boca. Ela gemia cada vez mais forte. Ele suspirava a cada passada de língua, sentindo o gosto quente que vinha de dentro dela.

A moça puxou o rapaz de volta para perto de sua boca e, sem dizer uma palavra, desabotoou a calça dele. Ele a observava, alucinado porém contido, imaginando que aquela seria uma forma doce de morrer.

Agarrou com força os cabelos da moça quando sentiu a pequena boca, macia e quente, totalmente em volta dele. "Ah, céus..." imaginava. "Eu não vou aguentar..."
Ela pressionava o sexo dele entre a língua e o céu da boca, provocando-lhe espasmos de corpo inteiro, fazendo com que mordesse a boca até sentir gosto de sangue. Nunca sentira uma boca tão intensamente...

Ela continuou, intensificando os movimentos mas mantendo a suavidade... Suas unhas ainda passeavam pelo corpo dele, estimulando-lhe os sentidos...

Enfim ele explodiu e encheu aquela boca divina...

O relógio despertou às 5:30h e ela percebeu que havia sonhado com ele... novamente...


2 comentários:

Anonymous disse...

This one bit hot, and erotic. But I still want to classify it in Sexy story. Keep it up.

YBW

I'm Nina, Marie, etc... disse...

I think it's more romantic than the other one... even a bit naïve. Erotic erotic ain't fun...
:p