EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

vícios...

(Não me culpem por tentar, ao menos uma vez, fazer poesia...ou o que quer que isso possa parecer...)

Não, eu me nego! Isso tem que parar!
Eu quero e não posso...
Velhos vícios em novas doses...
Até quando, meu Deus?
Até quando?

E o pulso torpe continua a pulsar
A vala, o fosso
Covas rasas de dissabores
Cerro os olhos para não me curvar
Afasta! Não posso!
Velhos desejos a me incitar
Arranca do peito essas dores!

E se sigo, louca, cega, tropeçando
Continuo a te perguntar
Até quando, meu Deus?
Até quando?



8 comentários:

E Agora José? disse...

Não é justo, simplesmente, não é possível. Todos os dotes parecem constituir sua pessoa, e isso me alegra, por ter a oportunidade ímpar de poder te ler. Mas, a melancolia explícita, apertou meu peito, como se uma mão apertasse o meu coração com força.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Um sopro de melancolia me afligiu... Noites sem lua fazem isso comigo...

E agora, sabendo que a tal melancolia te acertou também, quem fica com o coração apertado sou eu...

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Agora me diga... será que consegui ao menos chegar perto do que chamam por aí de poesia?

E Agora José? disse...

Você acertou o ponto G da poesia. Isso são os olhos de quem te lê. A partir deles, a alma vibra. Se os olhos são as janelas da alma, você fez uma poesia como quem joga uma pedra contra uma vidraça, acertou em cheio.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Sua crítica mais do que massageou meu pobre ego... Já posso morrer feliz... E publicar, no meio de um pequeno livro de contos, uma única poesia.

E Agora José? disse...

A poesia pode medrar a qualquer hora, em qualquer quantidade. Esse é o primeiro passo, não nos prive de te ver desfilando pelos versos.

Doc A. disse...

Sweet Nina.
Surpreso. Chocado. Maravilhado.

roni resec disse...

Não preocupe teu espírito com o que pensam a respeito da melancolia. Aprendi a conviver com a minha.