EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

continho erótico a quatro mãos...

Ela amanheceu junto com o novo dia, logo nos primeiros sinais do sol. Ele, preguiçoso, gostava de levantar-se apenas quando o sol já passava do meio do céu.
Olhou para ele e sentiu fome, com um sorriso largo iluminando o rosto. Aproximou-se lentamente, como um gato, e o o beijou suavemente, muitas vezes. Aqueles beijos que começam na boca e vão até a virilha. Ele, arrepiado, nem abriu os olhos para sorrir, imaginando estar no meio de um sonho. Crescia sem saber, e espiava com um olho, fingindo dormir, para ver até onde ela iria. Para provocar uma reação, ela parou com os divinos beijos, esperando que ele resmungasse e pedisse para que continuasse. Mas ao invés de um preguiçoso resmungo, saltou para cima dela e a beijou. Uma mão segurou a nuca e a outra buscou o sexo. Ele a beijava e a masturbava com a leveza de quem brinca com alguém que dorme.
Sentou-se ao seu lado na cama e a observou. Ela começou a se tocar, sorrindo. Os olhos pediram que ele fizesse o mesmo, e assim começaram a se provocar, testando os limites do outro. Ele aproximou-se e observou de perto, tão de perto que sua língua podia tocá-la entre as pernas.
Ela gemia e se contorcia com o toque macio da língua, aliada aos dedos. Parou por um instante e deitou-se de barriga na cama, enquanto ele alisava suas costas, descendo em direção aos quadris. Abriu suas pernas delicadamente, apenas o suficiente para que pudesse encaixar lá dentro. Deitou-se sobre ela, mexendo sem pressa, como quem sonha, entrando aos poucos. Chega perto e pergunta em seu ouvido com o que ela está sonhando, se é um sonho bom. Ela empina o quadril. As mãos dele a seguram por ali, crescendo devagar e mais fundo dentro dela. Ela se empina mais e mais e, num movimento, ele coloca tudo e pára inteiro no fundo, repousando, crescendo parado. Ela o massageava com o interior do sexo, apertando, sugando, latejando.
Ainda segurando seus quadris para que ela não se movesse, ele perguntou o que ela sentia no sonho. Ela responde que é um arrepio na espinha, um calor entre as coxas. O rosto cora e o pulso acelera. Ela abriu os olhos mas ele os fechou novamente. Fez com que ela afastasse mais as pernas e voltou a mexer.
Passou as unhas na espinha da mulher, subindo as mãos até alcançar os ombros, onde pôde segurá-la e aumentar o ritmo. Colocava fundo, mas sem pressa; forte, mas devagar.
Alisou os cabelos desalinhados que cobriam o rosto rosado, como se a estivesse ninando para dormir.
Sem agüentar mais, pediu para que ela o olhasse, para ver como ele estava acordado. E disse a ela que havia sonhado que estava em sua boca. Disse isso segurando seus cabelos, deixando definitivamente a leveza do sonho. Cravou fundo as unhas em suas ancas, para que acordasse de vez. Ela mordia o travesseiro e se empinava mais, e mais, e mais, dizendo que o amava entre dentes, com o rosto enfiado no travesseiro. Ela o sentia invadindo o meio de suas coxas, queimando o sexo. E ele puxava seu rosto para que ela o assistisse rasgando a carne. Ela sente que ele treme dentro dela e olham-se nos olhos. Os dele haviam mudado de cor.
E o ritmo crescia, a força aumentava. Os gemidos tornaram-se mais altos, quase gritos. O suor pingava nas costas dela e ele a puxava cada vez mais forte contra seu corpo.
Ele a segurava, apertava, arranhava, deixava marcas pelo corpo branco, dizia o quanto a desejava, o quanto a amava. Cavalgava como um louco, querendo gozar, gemendo desesperado.
E ela miava, chorava, ria. Queria gozar. Sentiu o sexo inchado e pulsando dentro dela, anunciado o gozo que vinha.
Gritaram e explodiram. Deixaram os corpos caírem juntos na cama, completamente aniquilados pelo orgasmo.
- E agora? Café ou banho?


4 comentários:

E Agora José? disse...

Quatro mãos. Pelo jeito, todas bobas. Adorei, mas eu votaria no café tomando banho. Nunca se sabe o que cada escolha pode oferecer, então, que se aproveite as duas.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Há forma melhor de acordar pela manhã?
Trilogia perfeita: sexo, café e banho...(não necessariamente nessa ordem)

Ricardo Augusto disse...

o.O Caraca!

Clarice Lispector is dead!!!
Nelson Rodrigues lives!!!

hahahaha

I'm Nina, Marie, etc... disse...

hahahah!
Ahhh! Não exagera... Se eu quisesse ser Nelson Rodrigues, teria feito bem pior...
Esse é um dos mais sutis. Os outros não posso postar aqui.
:p