EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Em Nome da Rosa



Anjo caído, lhe empresto as minhas asas
Me leve embora pra casa
Não há mais labirinto que me prenda
Só o delicado toque da renda
E mais nada
No jardim, até então estéril
Algo medrou na areia, e eis que o jardineiro
Antes carrasco dos ramos
Empunhando o machado e o desencanto
Agora ama a rosa de sua omoplata
Mesmo que ela venha a lhe cravar espinhos
Ele é só sorrisos
E se alimenta das pétalas, nunca mais de lágrimas
O segredo da rosa não está no cuidado
Está na entrega

2 comentários:

E agora José? disse...

Não sei se alguma vez fui bom em desenhar, mas gosto muito de fazê-lo. Desenho desde criança, muito antes de pensar em escrever. E por algum tempo eu não tenho feito nada, até essa noite. Algo me fez voltar a desenhar, me sinto como um beija-flor fadado a me alimentar de uma única rosa.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

5:30 da manhã.
Um sorriso (mesmo que preguiçoso) já iluminou meu rosto...
Não sei se gosto mais do desenho ou do poema...