EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

pensamento corrosivo...

Estava prestes a falar das noites que me consomem. Mas todas as noites me consomem, de um jeito ou de outro.
O que me mata mesmo é ir dormir e ser engolida pelo vazio da cama, porque simplesmente você não está por perto.
Isso sim, me faz querer chorar.
O que me resta? Esperar a noite passar, olhando o céu pela janela, deitada na cama vazia, desejando que as nuvens afastem-se um pouco para que eu possa ver estrelas...

E a música da noite... (porque toda noite tem uma...)

Amor de Índio
[Beto Guedes]

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo cuidado, meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar

Tudo, viver a teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor

Lembra que o solo é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor e ser todo
Sim, todo amor é sagrado, sim.


2 comentários:

E Agora? disse...

Uma sinfonia de silêncio e som. Há certas coisas que eu não sei dizer.

I'm Nina, Marie, etc... disse...

Nem eu. Por mais que busque palavras e explicações. Certas coisas são sentidas sem que a boca encontre os fonemas certos para definí-las.
(Fonemas, vocábulos, gritos litúrgicos... sempre Drummond.)