EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

sobre a doença

Não sou pessoa frágil, dessas que adoecem a cada brisa fria recebida no rosto. Não, não sou assim. Não adoeço porque o corpo é fraco ou a imunidade é baixa. Não, não dessa forma: meu corpo é ótimo, minha imunidade idem (apesar de ser uma grande controvérsia se levarmos em consideração que meus hábitos não são os mais saudáveis).
O que me deixa doente - e muito doente - são as pessoas. O que me deixa doente é a falta de caráter. O que me deixa doente é o descaso. Nesse ponto eu sou frágil: meu corpo sucumbe às minhas ideologias, ao meu inconformismo, às minhas indignações. Meu corpo sucumbe ao "emputecimento" momentâneo com graves consequências. Meu corpo é uma máquina alimentada e lubrificada pelo espírito.
O que me deixa doente é essa raça que se diz superior e inteligente, que se mata por nada, que jura por nada, que mente por nada. Deixa-me doente o ar blasé de quem não tem chão, rumo, verdade, respeito. O que me deixa realmente doente são esses pequenos fantoches animados, porque na verdade, o mundo é um lugar muito bom de se viver.

Um comentário:

E agora José? disse...

Betting on the cure
It must get better than this
Betting on the cure
Yeah everyone's gotta have the sickness
Cause everyone seems to need the cure

The Cure - Metallica

Não deixe os doentes transmitirem sua doença para você.