EGO

"Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes
que aqui caleidoscopicamente registro."

(Clarice Lispector)

sábado, 23 de janeiro de 2010

nostalgie

Je te griffe avec les dents et avec la voix rouque de nostalgie. Je griffe ton visage avec un regarde qui blesse, une certaine peine, une resquice de volupté. Je me mets dans mouvement, elliptique, à dire des niaiseries dans silence. Mais mon silence fait fête, bruit, musique. Ton silence me blesse mortellement, est l'arme létale contre ma folie. Ton manque de verbe maltraite ces animaux que je suis, cette chose que je sens. Nous nous couchons sur des agréments et de la lavande, où les péchés ne sont pas dits. Il y a seulement des désirs et le reste s'est chargé de mystère. Je sens qu'il y a de la cadence danstes paroles? C'est la bolero qui touche dans silence dans ma chambre, dans le coin de nos transversales. Il y a nostalgie dans le décès et davantage nostalgie dans la vie. Il n'a pas y eu promesse, au revoir, tendresse. Il y a un TU ME MANQUES. Seulement. 


Tradução da querida Viviane Pessoa para o meu texto "Saudade".
Obrigada, Vivi!


Saudade


Eu te arranho com os dentes e com a voz rouca de saudade. Arranho teu rosto com um olhar que fere, uma certa mágoa, um resquício de volúpia. Ponho-me em movimento, elíptica, a dizer-lhe sandices em silêncio. Mas o meu silêncio faz festa, barulho, música. O teu silêncio fere-me mortalmente, é arma letal contra minha loucura. Tua falta de verbo maltrata esses bichos que eu sou, essa coisa que eu sinto. Deitamo-nos sobre amenidades e lavanda, onde os pecados não são ditos. Há apenas desejos e o resto cobre-se de mistério. Sente que há cadência no palavrear? É o bolero que toca em silêncio no quarto, na esquina de nossas transversais. Há saudade na morte e muito mais saudade na vida. Não houve promessa, adeus, ternura. Há a saudade. Apenas.


Nenhum comentário: